top of page

Ser e Ter uma Mãe

  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

(ou como o amor mais puro do mundo vem de alguém com bafo de leite e dente nascendo)



Maternidade é aquele contrato vitalício que você assina sem ler as letras miúdas. Nele, está incluso: noites sem dormir, sustos com febre, brinquedos espalhados pela casa como se a Barbie tivesse explodido, e uma rotina emocional mais intensa que novela mexicana com roteiro de Almodóvar.


Mas ser mãe vai além da função prática. É um estado de espírito, uma vertigem hormonal e, às vezes, uma epopeia silenciosa. É a arte de se perder pra que alguém se encontre. De servir comida que você mesma esqueceu de comer. De responder “mãe” dezesseis vezes em dois minutos sem ter um surto psicótico (ou tendo, mas guardando pra depois).


-O artigo continua após o anúncio-



E tem o outro lado dessa moeda de amor remendado com cola quente: ser filho. A criança não te ama porque você é incrível. Ela te ama apesar disso. Te ama de pijama furado, descabelada, sem maquiagem, com olheira e com um hálito que mataria uma samambaia. Te ama com uma pureza que nem você teve por si mesma. Porque diferente da mãe, que projeta, que idealiza, que sonha um futuro onde o filho fala cinco línguas e dorme até tarde - a criança só quer você. Quer sua mão, sua risada, sua atenção meio cansada.

Esse é o amor mais puro do mundo: o amor de quem não espera nada, só presença. E, vamos ser honestos, às vezes nem isso, só um suco e o tablet carregado.


-O artigo continua após o anúncio-



A todas as mães: as que pariram, as que acolheram, as que perderam — vocês são o milagre mais cansado, mais bonito e mais bagunçado que esse mundo já viu. Não romantizemos o cansaço, mas também não economizemos no reconhecimento.

E se o Dia das Mães não for doce pra você? Se, na verdade, for uma data que arranha, que aperta o peito em silêncio? Pra quem perdeu a mãe cedo demais ( ou tarde demais, porque nunca é hora ), que esse texto sirva de colo. Não o colo que resolve, mas o que entende. A ausência de uma mãe é um silêncio que fala todos os dias, e hoje ele grita. Que você encontre paz nos detalhes, nas memórias que ficam e, às vezes, até no direito de não querer lembrar.


Pra quem teve uma mãe ausente, dura ou ausente mesmo estando presente… você também é filha. Mesmo que tenha aprendido a se maternar sozinha. Que o dia de hoje não seja sobre o que te faltou, mas sobre o que você construiu com isso.

E às mães que perderam seus filhos — não há frase bonita o suficiente, nem palavra que cure. Mas há esse reconhecimento: você continua sendo mãe. Seu amor não morreu. Ele só ficou maior do que o mundo sabe nomear. Que esse domingo abrace você com força, mesmo que em silêncio.


-O artigo continua após o anúncio-



E, por favor, com todo respeito, hoje não é dia de mãe de pet, nem de mãe de samambaia, nem da tia que diz "sou quase uma mãe" porque deu um Danoninho uma vez. Esse domingo é nosso. Das que já tentaram esconder o choro no banheiro enquanto uma criança batia na porta chamando por "mamãe" mesmo assim.

Feliz dia. Não por ser leve, mas por ser imenso.

socialpsychologynetwork
  • Instagram
  • Linkedin
bottom of page